Em cidades como São Paulo, é comum haver feriado no dia da fundação. Já Itaocara, o feriado celebra a emancipação do município.
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| (Foto: Arquivo/Folha Itaocarense) | 
Na época, ainda era comum classificar os povoados como aldeia, curato, freguesia, vila e cidade. Ou seja, ainda que houvesse uma área urbana pulsante, Itaocara só foi reconhecida como cidade em 1915. Atualmente, ainda que controverso, entende-se que cidade são sedes municipais, enquanto que vilas são sedes distritais.
Pela lei, emancipação político-administrativa é o ato de criar um novo território a partir da parte de um outro, no caso, um novo município que se separa de outro já existente. Assim, dá-lhe autonomia administrativa e política, possuindo uma estrutura administrativa independente, com prefeito, vice-prefeito e vereadores e podendo criar novas leis e decretos para organizar e gerir o território municipal.
Um município pode ser subdividido. Alguns se subdividem em zonas, distritos, subdistritos ou bairros, além de subprefeituras. Itaocara, por exemplo, tem atualmente seis distritos e 22 bairros (citados na legislação).
Mas e a fundação?
Esse é o nome dado ao ato de criar um novo lugar, como uma empresa, uma instituição de ensino ou até mesmo uma cidade. Itaocara foi fundada por Frei Tomás (ou Tomaz, um frade capuchinho), que chegou por aqui em 09 de julho de 1804, onde batizou o primeiro indígena, construiu junto com os indígenas a primeira casa. Mas não havia licença do Vice-Reinado para a fundação da aldeia, o que só aconteceu em 24 de fevereiro de 1808 com o novo vice-rei Dom Marcos de Noronha, que deu terras, ferramentas e peças para uma igreja. A instalação do povoado ocorreu, porém, somente no ano seguinte, em 1809 (ano que está gravado no Brasão de Itaocara, do lado esquerdo da faixa inferior).
Era uma igrejinha de pau-a-pique e, ao redor, casas de pau-a-pique para aldear os coroados. A aldeia se chamava São José de Dom Marcos, depois São José de Leonissa da Aldeia da Pedra e depois apenas Aldeia da Pedra. Somente em 28 de outubro de 1890 que houve a emancipação e mudança do nome para Itaocara, que significa o mesmo que Aldeia da Pedra.
Todas as informações constam no site do Portal das Cidades, do IBGE.
Esse processo de criar nomes de cidades a partir do léxico tupi-guarani ocorria em várias cidades do Brasil, como Aperibé (Pito Aceso), Miracema (dos Brotos) e Jaguarembé (Valão da Onça). Muito embora nenhum grupo indígena que habitou a nossa região falou tupi ou guarani. Aliás, eram considerados inimigos pelos tupis, que o chamavam de tapuia (inimigo).
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